domingo, 2 de abril de 2017

Chico Picadinho

Nascido e criado em Vila Velha, no Estado do Espírito Santo, teve uma infância muito pobre. Seu pai era exportador de café e o abandonou ainda criança, junto de sua mãe. Tendo que trabalhar, ela deixava Francisco com uma amiga na cidade de Cariacica. Em entrevistas, o assassino revelou ter sofrido diversos abusos sexuais do marido da mulher que cuidava dele, mas que a esposa do mesmo nunca soube, e que ficava semanas sem ver a mãe, já que raramente os visitá-lo, além de diariamente ver este homem que o abusava espancar essa amiga de sua mãe.


1º crime



Francisco da Costa Rocha cometeu seu primeiro assassinato em 1966, na Boca do Lixo, Centro da Cidade de São Paulo. Nesta época vivia uma vida muito boêmia, com muita bebedeira e mulheres, e também usava drogas. Com o passar do tempo, necessitava todos os dias fazer sexo, se drogar e beber muito. Seu primeiro assassinato, seguido de esquartejamento, foi em 1966. Sua vítima foi Margareth Suida, uma bailarina austríaca, que vivia a poucos anos no Brasil. Ela também era uma mulher de vida boêmia, e eventualmente fazia programas. Gostava da noite e era conhecida de seus amigos. Após beberem muito e passarem por diversos bares e boates da região, Francisco a convidou para terem relações sexuais. Assim, ela aceitou ir ao apartamento na Rua Aurora, local que Francisco dividia com Caio, seu amigo, que era cirurgião-médico da aeronáutica. Após a relação sexual, ele começou a ter um jeito violento, e a atacou, passando a estrangulá-la com a mão, e terminou o crime a enforcando com o cinto. Após ver Margareth morta no quarto, pensou que deveria sumir com o corpo. Tirou o trinco da porta do banheiro para melhor locomoção, levou-a, e deitou de barriga para cima. Usou os primeiros que viu pela frente: gilete, tesoura e faca foram os principais usados. Começou a cortar os seios, depois foi tirando os músculos e cortando as articulações, a fim de que o corpo ficasse menor para escondê-lo. Vale ressaltar que Francisco esquartejou Margareth, pelo fato de ter medo das ações que viriam após ter causado sua morte, concluindo assim que teria de ocultar seu cadáver. Demorou de 3 a 4 horas até desmembrar a vítima e pô-la dentro de uma sacola (pois também sabia que o amigo com quem dividia seu apartamento estaria para chegar). Quando Caio chegou, Francisco disse que tinha uma coisa para contar, e falou que havia matado alguém. Não contou como, nem porque, mas disse que o corpo ainda estava no apartamento. Pediu um tempo para Caio para que pudesse avisar sua mãe e contratar um advogado. De fato, viajou à procura de sua mãe. Ao chegar, avisou uma amiga e não teve coragem de falar o que realmente acontecera, apenas informando que algo de grave havia ocorrido, e pedindo para avisar sua mãe. Ao retornar, seu amigo Caio havia avisado ao delegado de homicídios, que prendeu Francisco, que não reagiu à prisão em momento algum.

2º crime



Dez anos após o crime brutal, foi liberado por bom comportamento, mas Francisco voltou a atacar: Em setembro de 1976 estuprou e tentou estrangular a prostituta Rosemarie Michelucci, num motel da Zona Leste de São Paulo, mas ela se defendeu com chutes, mordidas, socos e gritos, conseguindo se livrar dele, apesar de ter levado uma facada, sobreviveu. Chico conseguiu escapar. Um mês depois, em outubro, voltou para a Boca do Lixo. Num bar, conheceu a prostituta Ângela Silva, conhecida como "Moça da Peruca". Após beberem bastante, acertaram o preço do programa, e ele a levou à um apartamento que vivia, onde tinha alugado há poucos meses, na Avenida Rio Branco, a poucos minutos de onde estavam. Após o ato, a espancou e a estrangulou com seu cinto. Já morta, ele a esquartejou, porém, desta vez, destrinchou sua vítima com um cuidado muito maior, e tentou jogar alguns pedaços pelo vaso. Depois de matá-la e esquartejá-la, tentando fazer com que o vaso levasse partes do corpo, não conseguiu pôr o corpo todo no vaso sanitário. Para se livrar do corpo, pôs pedaços dentro de uma caixa de papelão neste mesmo apartamento onde tudo aconteceu. Acabou fugindo em seguida para a Cidade do Rio de Janeiro, mas avisou seu amigo Caio, e após isso pediu certo tempo para avisar sua família e contratar um advogado. Caio, já sabendo do crime, ficou sem saber ao certo o que devia fazer, e contatou a Delegacia de Homicídios. Chico Picadinho foi preso 28 dias depois numa praça de Duque de Caxias (Rio de Janeiro), na Baixada Fluminense, enquanto lia uma revista que relatava sua vida de crimes.
Na época, a exibição pela imprensa das fotos de suas vítimas cortadas em pedaços sensibilizou bastante a opinião pública, fazendo com que o criminoso fosse condenado a 30 anos de prisão.

Prisão

Em 1994, Chico Picadinho passa por um novo exame de sanidade mental, e por ser considerado perigosíssimo no resultado, continua preso até hoje, apesar de já ter cumprido a pena máxima prevista pelo Código Penal brasileiro, que corresponde a um período de trinta anos. Hoje, encontra-se no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Arnaldo Amado Ferreira, na cidade de Taubaté.
Estudante de Direito à época dos crimes, Chico Picadinho é um homem muito lúcido. Até hoje, passa seus dias praticando pintura. Ao cometer seus crimes, ele agiu sob a influência do romance Crime e Castigo de Dostoiévsky, a quem chamou de Deus numa entrevista. Também é um grande fã de Kafka.





Exposição de Chico Picadinho no Museu do Crime

Fonte: Wikipedia

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